Entre o morro e o asfalto: uma breve comparação entre Noel Rosa e Zeca Pagodinho

Andressa Basilio
12 min readJan 12, 2021

*Ensaio produzido para a conclusão da disciplina Arte, Cultura e Identidade, pós-graduação em Estudos Brasileiros, Escola de Sociologia e Política de São Paulo | FESPSP, jun.2019

Resumo:
O presente ensaio atribuí importância de igual equivalência para a Cultura Brasileira à dois consagrados artistas do gênero samba: Noel Rosa e Zeca Pagodinho. A despeito de suas diferenças, talvez a principal seja os tempos vividos pelos dois, são as semelhanças que os tornam referência na música popular. Os dois podem ser considerados cronistas do cotidiano carioca. Além disso, cada um em seu tempo, executaram com perfeição o papel de mediadores transculturais, ao construir pontes entre o asfalto e o morro carioca. O caminho percorrido para esses apontamentos passa pela breve análise comparativa entre duas composições dos referidos autores: Fita Amarela (1933) e Faixa Amarela (1997).

Palavras-chave: Noel Rosa. Zeca Padoginho. Samba. Cultura Popular. Mediadores transculturais.

1. Considerações iniciais

Boêmio, amante de cerveja e cigarro, carismático, criativo, extremamente produtivo, benquisto por multidões. Algumas dessas características podem ser facilmente atribuídas à sambistas de renome, mas o conjunto delas define perfeitamente dois deles: Noel Rosa e Zeca Pagodinho. A despeito de terem vivido em contextos muito diferentes, os dois artistas têm muitas semelhanças: são cariocas, figuras respeitadas no samba, extremamente populares, autores de obras consagradas. Além disso, cumprem papel similar na cultura popular brasileira, uma vez que são artistas do asfalto com vivência no morro, hábeis em construir pontes entre os dois modos de ser e de fazer sua produção circular por diferentes classes sociais, o que os autores Hermano Vianna (1995) e Ricardo Azevedo (2013) chamam de mediadores transculturais.

Refiro-me a artistas mais, ou menos, profissionais que desenvolvem seu trabalho numa zona intermediária, por vezes antagônica, por vezes sobreposta, por vezes mediadora, entre as músicas populares “rústicas”, “rurais” ou “folclóricas”, a música popular “moderna” e a música feita tendo em vista exclusivamente o mercado. (AZEVEDO, 2013, p.43–44)

Assim, por integrarem o mesmo papel, suas obras se aproximam em temática — malandragem, festa e gandaia, religiosidade, exaltação à simplicidade da vida e à boemia, e a própria condição do samba –, linguagem e modelo construtivo. São, afinal, dois cronistas do cotidiano, na medida em que suas composições relevam muito sobre a sociedade carioca de ontem e de hoje. Uma boa ilustração disso são as palavras de Caetano Veloso, durante dueto com Zeca Pagodinho na regravação de Com Que Roupa?, composta por Noel Rosa em 1930: “As palavras e as notas de Noel Rosa na voz de Zeca Pagodinho. Isso é o Rio de Janeiro inteiro!”. A frase foi registrada na regravação, que integra a última faixa do álbum do sambista, Hoje é Dia de Festa, de 1997.

1.2. Um pouco de História

Noel de Medeiros Rosa nasceu em 11 de dezembro de 1910 e faleceu aos 26 anos, em 1937, no bairro de Vila Isabel. Apesar de breve, sua carreia é marcada por intensa produção. Segundo seu amigo e biógrafo Almirante (1963), foram 240 músicas compostas pelo artista, solo e em parceria. Ao se inspirar nas próprias vivências, suas obras narram a vida no Rio de Janeiro no início do século XX. Nascido em família de classe média, largou a Medicina para se dedicar à música, que começava a ser vendida como produto cultural com a popularização das emissoras de rádio e a substituição da gravação mecânica pelo sistema elétrico, mais eficiente.

Conhecido como ‘Poeta da Vila’ e ‘Filósofo do Samba’, Noel frequentava tanto espaços mais voltados para a elite carioca, como o Café Nice, quanto as rodas de samba nos morros. Segundo Napolitano e Wasserman (2000), Noel Rosa é herdeiro da individualização da autoria do samba (que veio de uma tradição de composição coletiva não registrada) e se especializou na formulação de novas soluções estéticas, voltadas para audiências mais amplas. O compositor era, portanto, ponto de fusão entre a tradição e as novas possibilidades do samba.

Noel Rosa não é maravilhoso apenas pelo talento relevado e m sua obra. O seu papel nessa história é bem maior, pois foi ele o criador de uma linguagem musical. Foi ele, homem de classe média, quem primeiro aprendeu a música das camadas mais populares do Rio de Janeiro, dando-lhe um tratamento que abriu caminho para que outros setores da população também participassem criadoramente do desenvolvimento de nossa música popular. Não há qualquer exagero na afirmação de que é um dos pais de nossa nacionalidade. (SERGIO CABRAL, 1977, em prefácio da 2ª Ed. de ALMIRANTE, 1963)

Vinte e cinco anos depois da morte de Noel Rosa, nascia Jessé Gomes da Silva Filho, em 04 de fevereiro de 1959, no bairro periférico da zona norte do Rio de Janeiro, Del Castilho. Tomou gosto pelo samba em Irajá, nas famosas festas dadas pelo tio Thybau. Abandonou os estudos na 4ª série do primário e, antes de viver de música, trabalhou como feirante, camelô e apontador do jogo do bicho — vivência que dá lastro ao realismo de suas composições.

Frequentador assíduo das rodas de samba do terreiro Cacique de Ramos — de onde saíram artistas que marcariam o gênero da década de 80, como Fundo de Quintal, Originais do Samba e Jorge Aragão -, ganhou visibilidade ao ter o samba Camarão que Dorme a Onda Leva gravado por Beth Carvalho, em 1983. Lançado em 1986, o primeiro LP do sambista já conhecido como Zeca Pagodinho chegou rapidamente a um milhão de cópias vendidas, um fenômeno num tempo em que o mercado fonográfico era dominado pelo Rock’n’Roll [1].

Quando Zeca apareceu para o grande público, esse tipo de samba, que tinha sido deixado para trás pelo carnaval, pelo samba-canção e pela Bossa Nova, voltava à tona, saindo dos quintais da Zona Norte, onde ele ficara guardado e continuava sendo cultivado em festas chamadas “pagodes”. Das festas o apelido passou para os sambas ali cantados, compostos e dançados e dos sambas, para Zeca. Isso é significativo do papel importante que ele representou e representa nessas ondas de fluxo e refluxo da história da permanente revitalização do samba (BARBOZA, BRUNO, 2014)

Em seus 36 anos de carreira, Zeca Pagodinho lançou 28 álbuns, recebeu prêmios, integrou trilhas sonoras de novelas de grande popularidade da Rede Globo, caiu nas graças de gente de todas as classes sociais, especialmente a partir da parceria com o produtor Rildo Hora, que introduziu orquestração ao protagonismo dos batuques. O chamado samba sinfônico marca sucessos como Verdade, Jura e Samba para as Moças. É de Zeca também a música escolhida por Felipão para motivar os jogadores brasileiros na Copa do Mundo de 2002, que renderia o penta ao país. Deixa a Vida me Levar, composição de Serginho Meriti e Eri do Cais, dá título ao 15º disco do sambista e foi cantada exaustivamente por milhões de brasileiros em festa.

2.1. Ironia, humor e improviso

As semelhanças na temática, na linguagem e no modelo construtivo dos dois artistas serão apontadas através de uma breve análise comparativa entre as músicas Fita Amarela, composta por Noel Rosa em 1933 para um concurso de canções, como relata Almirante (1963), e Faixa Amarela, que integra o 11º álbum de Zeca Pagodinho, Hoje é Dia de Festa, lançado em 1997. Antes, duas colocações: a análise será feita sob ponto de vista sincrônico no tempo histórico, e não encontrei, apesar de pesquisar à exaustão, qualquer menção de que Zeca Pagodinho tenha se inspirado na composição de Noel Rosa.

Fita Amarela, um dos maiores sucessos do “Poeta da Vila”, traz traço importante de grande parte de suas composições: o humor e a ironia, que, neste caso, emergem da dicotomia entre vida e morte e da oposição entre catolicismo e candomblé (ou umbanda). Vejamos:

Quando eu morrer
Não quero choro nem vela
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela

Se existe alma
Se há outra encarnação
Eu queria que a mulata
Sapateasse no meu caixão

Não quero flores
Nem coroa com espinho,
Só quero choro de flauta,
Violão e Cavaquinho

Estou contente,
Consolado por saber,
Que as morenas tão formosas
A terra um dia vai comer

Não tenho herdeiros
Não possuo um só vintém
Eu vivi devendo a todos
Mas não paguei nada a ninguém

Meus inimigos
Que hoje falam mal de mim,
Vão dizer que nunca viram
Uma pessoa tão boa assim.

A voz lírica fala da morte, mas celebra a vida por meio do samba, que não pode parar. Ao expor a dúvida sobre se há algo após a morte, dá a certeza de que as mulatas, as festas e a música devem acompanhá-lo por onde for. Vale dizer que a celebração da morte, em ritmo de festa, é típica dos enterros de sambistas do morro.

O refrão, marcado por aliteração pode estar falando sobre o desejo de levar consigo o nome de uma das mulheres de sua vida, mas, o mais provável é que a fita, elemento muito presente no candomblé e na umbanda, da cor amarela seja uma oferenda para Oxum, orixá das águas e do amor, considerada mãe da renovação, conectada à natureza e aos elementos da Terra.

Assim, ao recursar, em seu enterro, símbolos do catolicismo, como ‘vela’, ‘flores’ e a coroa de Cristo, o eu lírico faz apologia à cultura afro-brasileira. Há também uma brincadeira do artista com o dito popular, também típico do catolicismo, de que ‘quem morre vira santo’, ao declarar que os inimigos que falam mal são os mesmos que elogiarão sua pessoa após a morte. A malandragem, tema recorrente na obra de Noel, está exposta na figura daquele que morreu devendo a todos que deveria pagar.

Gravada sessenta e quatro anos depois, Faixa Amarela é composição de Zeca Pagodinho com parceiros de longa data, como Luiz Carlos e Beto Gago, além de Jessé Pai[2]. Assim como na canção de Noel, a música de Pagodinho é também marcada por humor, linguagem irônica, além das dicotomias amor/ódio e riqueza/pobreza.

Eu quero presentear
A minha linda donzela
Não é prata nem é ouro
É uma coisa bem singela

Vou comprar uma faixa amarela
Bordada com o nome dela
E vou mandar pendurar
Na entrada da favela

Vou dar-lhe um gato angorá
Um cão e uma cadela
Uma cortina grená
Para enfeitar a janela
E para o nosso papá
Vai ter bife da panela
Salada de petit-pois,
Jiló, chuchu e “bringela”

Vou fazer dela rainha
Do desfile da portela
Eu vou ser filho do rei,
E ela minha cinderela

E para gente se casar
Vou construir a capela
Dentro dum lindo jardim
Com flores, lago e pinguela

Mas se ela vacilar
Vou dar um castigo nela
Vou lhe dar uma banda de frente
Quebrar cinco dentes e quatro costelas

Vou pegar a tal faixa amarela
Gravada com o nome dela
E mandar incendiar
Na entrada da favela

Vou comprar uma cana bem forte
Para esquentar sua goela
E fazer um tira-gosto
Com galinha à cabidela

Sem falar na tal faixa amarela
Bordada com o nome dela
Que eu vou mandar pendurar
Na entrada da favela

Logo no refrão, com aliteração muito semelhante à de Noel Rosa, a voz lírica declara que a despeito do amor por sua “donzela” — que parece idealizada e com certa marca de pureza -, é desprovido de recursos financeiros para lhe proporcionar uma vida de luxo. Em troca, ele jura seu amor de maneira ostensiva, para que todos da comunidade vejam.

Na descrição dos presentes ofertados à amada — gato e cachorro, cortina grená, galinha à cabidela e cachaça — vemos surgir uma imagem do cotidiano das famílias cariocas menos abastadas, além da dicotomia riqueza/pobreza presente em quase todas as estrofes. O eu lírico usa a malandragem, ao menos no discurso, para emular alguma nobreza. Ao bife de panela, com salada de jiló, chuchu e ‘bringela’, ele promete acrescentar ervilha, legume de preço mais alto e que é chamado pelo seu nome em francês, petit-pois.

O casamento, pensado à imagem dos típicos de Contos de Fadas, com jardim e flores, terá também uma madeira improvisada (pinguela) para conduzir os noivos pelo lago, o que demonstra que talvez o cenário não seja tão mágico assim. É somente na alegoria do Carnaval, no Desfile da Portela, que o eu lírico pode, enfim, se transformar em príncipe e fazer rainha sua donzela.

Como relatado anteriormente, a dicotomia amor/ódio se faz presente na composição na terceira parte da música, na qual a voz lírica anuncia vingança ao menor sinal de traição, com golpe típico da Capoeira, que resulta em costelas e dentes quebrados, numa naturalização da violência contra a mulher [3]. Diante dessa ocorrência, a faixa amarela será queimada na entrada da favela, de modo a envergonhar a moça diante, novamente, da comunidade. Segundo Azevedo (2013), o compartilhar de alegrias e tristezas em comunidade é um dos elementos típicos do discurso oral do qual deriva o samba.

2.2. Estrutura musical

Por fim, recorro novamente à Azevedo (2013) para comparar a estrutura musical das duas canções, ambas feitas de modo a permitir o improviso, outro traço característico dos dois artistas. O próprio Noel defende a arte do improviso em seu samba Quem Dá Mais, no qual advoga em favor de um “samba feito nas regras da arte, sem introdução nem segunda parte”. “Um samba sem introdução nem segunda parte, nas regras da arte, nada mais é do que um samba com refrão e improviso”, descreve Azevedo (2013, p. 518).

Já Zeca Pagodinho, versador nato, gosta de exercitar sua criatividade no chamado partido-alto, típico das antigas rodas de samba do morro e popularizado na década de 40, por Clementina de Jesus, Candeia e, mais tarde, por Martinho da Vila.

Modernamente espécie de samba cantado em forma de desafio por dois ou mais solistas e que se compõe de uma parte coral (refrão ou primeira) e uma parte solada com versos improvisados ou repertório tradicional [quadras populares] os quais podem ou não se referir ao assunto do refrão (LOPES, Nei. 2003, apud AZEVEDO, 2013, p.156)

Na gravação de Faixa Amarela, o compositor anuncia assim aos seus ouvintes a participação de dois parceiros e amigos, Deni de Lima e Luiz Grante: “Vamos lembrar aquele partido-alto que tinha lá no Cacique de Ramos. Vou chamar Deni e Grande para a gente dividir essa parada aqui”.

Os dois refrãos das músicas analisadas, além de ter a já citada aliteração, são repetidos duas vezes seguidas. A ideia é que o cantor pronuncie o primeiro e a plateia, ao aprender rapidamente, cante, em coro, a segunda parte, participando da performance e proporcionando ao intérprete tempo de compor novos versos, num exercício de improviso que, em sua forma clássica nas rodas de samba, pode se arrastar por longas horas.

3. Considerações finais

Olhando de maneira sincrônica para dois grandes artistas da música popular brasileira, Noel Rosa e Zeca Pagodinho, pode-se notar semelhanças entre eles tanto em relação à trajetória profissional como na escolha temática de suas composições e na forma como estruturam o discurso musical. Ao se aproveitarem a fluidez das fronteiras entre o erudito e o popular que é típica do gênero samba, os dois artistas ocupam importante papel de mediação, servindo como pontes entre o asfalto e o morro e valorizando elementos típicos da cultura afro-brasileira.

Mais do que isso, a importância dos dois artistas para a Cultura Popular se dá também nas crônicas do cotidiano de uma sociedade complexa como a brasileira. Em suas músicas, os compositores tratam de alegorias que definem certos traços de nacionalidade, representados por um povo que vai à luta, que dá seus jeitinhos, que valoriza os momentos de festas e as relações humanas, mesmo tendo que lidar com desamparo e ambiguidades sociais extremas. Por fim, se Noel Rosa ajudou a divulgar o chamado samba urbano à nível nacional, Zeca Pagodinho contribuí com a revitalização do gênero e seu fortalecimento como um dos mais amplamente apreciados símbolos do Brasil.

4. Bibliografia

ALMIRANTE. No tempo de Noel Rosa. 3.ed. Rio de Janeiro: Sonora Editora, 2013.

AZEVEDO, Ricardo. Abençoado & Danado do Samba: Um estudo sobre o discurso popular. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2013.

BARBOZA, Jane; BRUNO, Leonardo. Zeca Pagodinho — Deixa o Samba Me Levar. Rio de Janeiro: Sonora Editora, 2014.

VIANNA, Hermano. O Mistério do Samba. 4.ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed.: Ed. UFRJ, 2002.

NAPOLITANO, Marcos; WASSERMAN, Maria Clara. Desde que o samba é samba: a questão das origens no debate historiográfico sobre a música popular brasileira. São Paulo: Revista Brasileira de História, v.20, nº 39, p. 167–189, 2000.

O Jaqueirão do Zeca. Direção: Denise Moraes, Ricardo Bravo. 2004 (20 min). Encontrado em < https://www.youtube.com/watch?v=nb9rULlke7s>

CAROL. Oxum — Tudo sobre a Orixá Mãe do Amor. <https://www.iquilibrio.com/blog/espiritualidade/umbanda-candomble/tudo-sobre-oxum/>. Acesso em: 30/05/2019.

Noel Rosa. Fita Amarela. Rio de Janeiro. 1933. Disponível em:

<https://www.youtube.com/watch?v=utUzUVEs90s>

Zeca Pagodinho / Jessé Pai / Luiz Carlos / Beto Gago. Faixa Amarela. Rio de Janeiro. Polygram. 1997. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=yJKSb8bPTOg>

[1] Entre as músicas mais tocadas nas rádios brasileiras de 1986 estavam Música Urbana, do Capital Inicial, Medieval II, de Cazuza, Índios e Eduardo e Mônica, de Legião Urbana. https://maistocadas.mus.br/1986/

[2] Apesar do talento e do apreço pela composição, Zeca Pagodinho costuma valorizar os compositores anônimos das rodas de samba que sempre frequentou. Com frequência, o sambista deixa de lado suas criações para incluir, em seus discos, a de parceiros de estrada, como Serginho Meriti, Beto Sem Braço, Ratinho e Arlindo Cruz, conforme é relato no documentário O Jaqueirão de Zeca.

[3] Martinho da Vila, ao gravar a música para o disco tributo Sambabook — Zeca Pagodinho (2014), fez uma pequena alteração no trecho para mudar o sentido da letra. “Mas se ela vacilar, vou dar um castigo nela/ Sem lhe dar uma banda de frente/ Quebrar cinco dentes e quatro costelas”, como relatou o site iG <https://gente.ig.com.br/2014-05-29/martinho-da-vila-muda-letra-de-zeca-pagodinho-que-sugere-violencia-contra-mulher.html>.

--

--

Andressa Basilio

Mulher, brasileira, latino-americana; Jornalista responsa, com forte em combinar qualidade e criatividade; Amante de animais, natureza, música e boteco.